domingo, 24 de junho de 2012

A DROGA NÃO MATA APENAS O USUÁRIO. MATA TODA A SOCIEDADE.


É triste, mas é real. A sociedade brasileira demonstra não ter forças para combater com rigor a produção, a distribuição e a venda de drogas como o crack, transmitindo a imagem de uma convivência passiva com o crescimento de seu consumo.
Estamos numa guerra onde a sociedade está perdendo, e o exército ainda não saiu dos quartéis para a primeira batalha. A droga tem tomado todas as trincheiras, corroendo cidades, devastando famílias, dilacerando vidas em uma angustia devastadora.
Em janeiro, a Confederação Nacional dos Municípios denunciou que 87% das cidades brasileiras já estavam contaminadas pelo crack, mostrando também que não existe uma rede de apoio ao usuário condizente com o tamanho do problema.
Sem policiamento adequado nem penas rigorosas para o combate ao tráfico, sem atendimento psicossocial para os usuários, sem seriedade, eficiência e planejamento por parte dos poderes públicos, a família brasileira se encontra totalmente exposta e sozinha no combate aos grandes efeitos decorrentes do consumo da droga.
O aumento da violência e da insegurança que todos estão percebendo, nada mais é do que o maior desses efeitos. Usuários viciados e em estágio de total perda dos sentidos de cidadania passam a roubar e matar sem nenhum peso na consciência. O que eles mais desejam é se livrar do vício que os acometeu, mesmo que para isso o melhor caminho seja a própria morte. E ela tem chegado, muitas vezes, decorrente de dívidas adquiridas na compra da droga, fazendo ampliar a cada dia o número de homicídios entre os próprios usuários.
Para quem tem um deles no seio de sua família o problema é ainda maior. O convívio e o relacionamento desaparecem rapidamente, a confiança evapora e o medo de que o familiar não volte pra casa vira rotina a cada saída.

O que estamos esperando para pintar os rostos e sair para guerra?
Ou eliminamos os inimigos que todos sabem quem são, ou a sociedade continuará a ver a extinção gradativa da convivência social, ferida diariamente pelo noticiário da morte de pessoas de bem, inocentes, que saem de casa apenas para se divertir, viver, sem a certeza de que retornarão.
Hoje, quem manda nas ruas são irresponsáveis drogados e bandidos que resolveram um dia provar do prazer ilusório do crack e acabaram ganhando o poder que o estado brasileiro, por sua incompetência, abriu mão de exercer. Uma saga que nos deixa em dúvida quem na verdade são os verdadeiros bandidos: os políticos engravatados e envaidecidos com o poder, ou os pobres usuários de drogas, iludidos com um cheirinho aqui e uma picada acolá.

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