Uma sociedade injusta vai deixando seus rastros
para o futuro. E que futuro!
O número de acessos em nosso blog nestes últimos dois dias foi alto. Com certeza, são pessoas que esperam de mim opiniões em relação as mais novas duas notícias que envolvem a atual Prefeita de Rodolfo Fernandes.
A primeira sobre sua ‘sabidez’ em burlar as leis do
país quando acumula de forma irregular dois salários no poder público: o de
Prefeita e o de veterinária em Felipe Guerra. A segunda sobre seu julgamento tardio
por infidelidade partidária que lhe retirou o cargo.
Para mim, os dois casos não passam de mais dois maus exemplos dos muitos que a sociedade brasileira convive
passivelmente, pois não só os aceita como também deseja ser por eles beneficiada
de alguma forma.
O prefeito de Felipe Guerra, ao pagar o salário da
veterinária sabendo que não podia, o faz com a mesma ‘consciência’ dos juízes que não
julgaram no momento correto o caso da infiel partidária, não diferindo também do
sentimento daquele eleitor que se vende, ou do traficante que distribui crack e
maconha, ou mesmo do jovem que pega uma arma para fazer o dinheiro da droga sem
nenhum constrangimento.
Nós, seres humanos, somos movidos por sentimentos.
Temos vontades, esperanças, sonhos e ambições que nos movem para frente. Mas
também temos princípios morais e éticos a nos mostrar que existem limites para
realizarmos tudo que desejamos. Porém, burlar estes limites é mais do que comum
em nosso país.
Se governantes, juízes, lideranças religiosas,
entre tantas autoridades dão o mau exemplo, corrompendo, desviando dinheiro
publico, fazendo da democracia balcão de negócios, porque o menor dos cidadãos
também não pode agir assim?
Pode sim. Pode vender seu voto por um milheiro de
tijolo; pode pegar uma arma para assaltar e matar a qualquer hora do dia; pode traficar
drogas a vontade para envaidecer tanto o rico como o pobre; pode comprar provas
na escola ou ludibriar concursos públicos. Todos podem tudo quando não tem nada
nem ninguém que evite, impeça, puna ou condene.
No Brasil de hoje trabalho, justiça e verdade não
são os caminhos utilizados para a conquista da vida social que se almeja:
sucesso, dinheiro, poder e reconhecimento. O caminho mais fácil e socialmente aceitável
passa pelo enterro dos princípios morais e éticos que a boa cidadania ensina, relegando
o bom caratismo para simples artigo em extinção.
Aí eu pergunto: São estes os bons exemplos que temos que deixar para os nossos jovens e crianças? E ensinar-lhes que o poder e o dinheiro estão acima de tudo e de todos?
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