Em novembro de 1993 conheci um rapaz, e mesmo
sabendo que ele tinha uma namorada, não pude me conter ao ver aqueles olhos me
observando. Toda vez que chegava no clube e via os dois, ficava muito triste,
pois sabia que não tinha nenhuma chance. Um dia, para minha surpresa, eles
terminaram e pensei comigo: essa era a minha chance, vou lutar pelo grande amor
da minha vida.
Eu sempre demonstrava de todas as formas, e até um
dia no clube ele mim procurou e nós ficamos. Nossa, foi maravilhoso. Parecia
que a gente já se conhecia há anos.
Depois daquela noite ficamos namorando fixo. Éramos
como unha e carne. Como duas almas num só corpo. Na verdade, eu nunca me senti
tão amada, e principalmente por ser homem que eu amava.
Nós nunca nos separávamos, para onde um ia o outro
também, ele fazia questão de mim levar para todos os lugares. Íamos a festas,
banhos, missas, clubes, quadra. Passei o réveillon com a família dele na casa
de sua vó. Foi o melhor réveillon da minha vida. O tempo que passei ao lado
dele foi pouco, mais do suficiente para descobrir o amor.
Um dia ele precisou ir embora, pois estava apenas
passando férias na cidade, mas nós combinamos de ficar se falando através de
telefone e carta. Ficamos por algum tempo e depois ele estava certo de mandar
dinheiro para que eu fosse morar com ele. Era tudo o que eu mais queria nesse
mundo: ficar do lado do homem que amava.
Infelizmente tive que dizer não, pois minha família
não aceitava o nosso namoro. Sofri muito para conseguir esquecê-lo. Ele
continuava ligando, insistindo e não aceitava o fim, mais eu não poderia lutar
por um amor que eu sabia que não tinha futuro para mim.
Talvez algum dia, em algum lugar, possa existir um
homem que eu possa gostar e me apaixonar, e ele também por mim. Mas aquele amor
do passado foi o único e o grande amor da minha vida. Depois já tive outros
relacionamentos, mas nenhum deles foi tão grande quanto aquele amor.
Autora desconhecida.
(Carta enviada
ao ex-programa de Célia Dantas, na rádio Maracajá)
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