quinta-feira, 16 de agosto de 2012

HISTÓRIAS DE AMOR (05).


Esta é uma história de amor proibido, onde ninguém conseguiu entender como o casal conseguiu ser feliz depois de tantos sofrimentos.
Tudo começou no ano de 1995. No dia 15 de fevereiro iniciavam-se as aulas. Todos os dias uma turma de seis alunos ia junto para colégio. Entre eles, eu e um amigo que pareciam até inimigos, pois brigávamos exageradamente. Ninguém entendia como duas pessoas brigavam tanto, um sempre servindo de motivo de riso para o outro.
Nós não nos suportávamos, e a cada dia que passava ficávamos mais rivais de amizade. Até que um dia desisti de estudar e fui morar em outra cidade, no fim do ano de 1996. Passei 97 e metade de 98 sem ver este meu amigo, ou inimigo? Não sei.
Só sei que um belo dia resolvi voltar, agora mais madura. A cidade continuava a mesma, tudo no seu devido lugar. Então passei até o fim do dia com ansiedade para vê-lo. Chega a noite e ele veio dar as boas vindas para toda a família. Quando se aproximou de mim senti que ele estava maravilhado. Para ele eu estava linda e muito diferente daquela garota malcriada e briguenta.
Perguntou para um amigo que estava presente: quem é essa garota que está ao seu lado? E todos responderam ao mesmo tempo: é a nossa antiga colega. Então ficamos nos olhando, sem medidas de tempo. Olhares com tanta ternura que dizia palavras que só o coração entendia.
Veio o cumprimento e com muita delicadeza ele beijou meu rosto, olhou-me nos olhos como se falasse de amor.
Depois, sem que percebêssemos, chegara a hora de partir, pois já era tarde e seus pais estavam com sono. Ao nos despedimos vi que caia uma lágrima de seu rosto, e aí descobri que estávamos apaixonados. Daí por diante ele vinha me ver toda noite. Só que conversávamos normalmente, como amigos, mesmo vivendo, sonhando e pensando um no outro. Cansada de tê-lo apenas em pensamento, arrumei um namorado.
Daquele momento em diante eu descobri que ele continuava mais apaixonado por mim. E que o problema era que ele nunca havia beijado ninguém, por não ter coragem de falar de namoro. Esse era o motivo de tanta timidez.
Resolvi então não ficar mais com ninguém. Foi aí que numa noite de lua cheia, ele estava conversando com seus amigos quando eu cheguei. E por saber que ele não iria agir, dei um beijo em sua boca. Sem falar nada, ele apenas correspondeu. Foi assim que começamos a nós amar sem medidas.
Sempre saíamos juntos, compartilhávamos nossos segredos e alegrias, vivíamos felizes. Ficou ainda melhor quando meus pais foram morar mais perto da casa dele. No entanto, ele começou a forçar a barra comigo, e eu dizendo que não, pois tínhamos que nos casar antes para não sofrer as consequências depois. Eu confiava muito nele e sempre ficávamos sozinhos. Só que a cada dia que passava ele ficava mais ansioso, menos se contentava com beijos e abraços.
Por causa desta insistência, passamos a discutir todas as noites sobre esse mesmo assunto. Eu queria uma coisa e ele queria totalmente diferente. Eu pensava que se ele realmente me amava, casaria comigo e acabava com as brigas que estavam destruindo o nosso amor.
E não deu outra. Nossa noites tornaram-se insuportáveis. Brigávamos a toda hora. E o que é pior, meus pais descobriram a razão das discussões e me obrigaram a terminar o romance que acabará de nascer.
Não tivemos opção e terminamos o namoro, Para mim um grande erro que cometemos. Depois daquele dia, minha vida passou a ser de tristeza. Eu não conseguia em um só momento parar de pensar nele. Era calada e chorando pelos cantos da casa. Ele me via naquela situação e queria acariciar-me, me fazer parar de chorar. Mas não podia porque meu pai ficava o tempo todo me observando. Por isso ele passou a não falar mais comigo e a minha tristeza foi ainda maior.
Toda a vizinhança viu o quanto fiquei deprimida. Não queria mais viver. Nada em minha vida fazia sentido sem ele. Não tinha vontade de sair, conversar, ou até mesmo me divertir. Daí o resultado desse amor proibido: ele ficou frio e eu me transformei na pessoa mais amarga e sem coração.
Moral da história: somos felizes mais de outra maneira. Não porque terminamos juntos, mas vivendo cada um para seu lado. Mesmo assim ainda penso que um dia podemos conseguir viver juntos e sermos felizes para sempre.

Autora Preservada.
(Carta enviada ao ex-programa ‘Histórias que marcaram a minha vida’, com Célia Dantas, na rádio FM Maracajá)

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