A campanha eleitoral em Rodolfo Fernandes ainda envereda
por um caminho totalmente irreal. Bicudos contra Bacurais na verdade é uma
farsa que poucos percebem. Parece existir uma ilusão coletiva na população de
que esta é uma continuidade de eleições passadas, onde os vermelhos digladiavam
contra os verdes, e vice e versa.
Para os verdadeiros Bacurais, que poderiam ser
simbolizados pelo velho Cazuzinha e cuja marca seria a do PMDB, existe um
ingrediente a mais de sentimentalismo por nunca terem ganhado uma eleição para
prefeito em 11 disputadas.
Ainda por cima, não levam em conta que já faz
alguns anos que o carimbo de Bacural já não representa uma força na política de
Rodolfo. Tem muito eleitor hoje que nem sabe quem foi Itamar, o último
candidato que pode ser considerado Bacural da gema. Suas derrotas consecutivas
e acachapantes esfacelaram o vigor de nomes do passado como Bento Honório e
Elias Cavalcante.
As derrotas de 1988 e de 1992 deixaram os verdes órfãos
de liderança, o que os fez seguir nomes saídos do lado Bicudo a partir de
então. Em 1996, Titico, assessor direto de Chiquinho Germano, foi o nome que uniu
as duas cores em candidatura única. Mas logo em seguida, ao enfrentar seu principal
mentor em 2000, acabou derrotado.
A oposição foi obrigada então a criar uma nova
liderança, que mais uma vez saia do seio do líder dos Bicudos. Foi assim que Silveira
ganhou status de líder político e concorreu contra a força de Chiquinho Germano
nas eleições de 2004 e 2008.
Silveira perdeu as duas eleições, mas nesta última,
no entanto, ao optar por Bernadette, um nome que não havia saído do seio genuinamente
Bicudo, e que até revelara ter votado no irmão em 2004, o velho guerreiro agiu
como os Bacurais vinham agindo: elevar um nome do time rival para liderança do
seu time.
Esta escolha acabou se mostrando fundamental para a
nova realidade apresentada nesta eleição de 2012. O comportamento dúbio da
Prefeita, eleita pelos Bicudos, mas adotada pelos Bacurais, acabou abrindo um
espaço para que dois novos animais se sentissem convidados para o zoológico
político da cidade. Assim, surge uma nova fauna com pinguins e grilos
infestando a festa que rapidamente deixou de ser exclusiva de bicudos e
bacurais.
A realidade nua e crua que nos resta esperar é saber
se os eleitores vão diferenciar fauna eleitoral de responsabilidade social, e
ao invés de optar por cores e bichos, procurar comparar as opções políticas
representadas pelos dois irmãos: Monteiro Neto e Wilton Monteiro. Cada um com
suas próprias histórias, expectativas, capacidades e equipes
de apoio. Itens que devem ser julgados, pois são eles que farão a diferença para
os próximos quatro anos na história de Rodolfo Fernandes.
Lembrem-se: muito mais do que a disputa
figurativa entre bichos e cores, eleição é o grande momento onde cada cidadão
escolhe o destino que ele entende ser o melhor para sua cidade.
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