quarta-feira, 15 de agosto de 2012

AS CORES E OS BICHOS QUE FAZEM A ILUSÃO NA ELEIÇÃO.


A campanha eleitoral em Rodolfo Fernandes ainda envereda por um caminho totalmente irreal. Bicudos contra Bacurais na verdade é uma farsa que poucos percebem. Parece existir uma ilusão coletiva na população de que esta é uma continuidade de eleições passadas, onde os vermelhos digladiavam contra os verdes, e vice e versa.
Para os verdadeiros Bacurais, que poderiam ser simbolizados pelo velho Cazuzinha e cuja marca seria a do PMDB, existe um ingrediente a mais de sentimentalismo por nunca terem ganhado uma eleição para prefeito em 11 disputadas.
Ainda por cima, não levam em conta que já faz alguns anos que o carimbo de Bacural já não representa uma força na política de Rodolfo. Tem muito eleitor hoje que nem sabe quem foi Itamar, o último candidato que pode ser considerado Bacural da gema. Suas derrotas consecutivas e acachapantes esfacelaram o vigor de nomes do passado como Bento Honório e Elias Cavalcante.
As derrotas de 1988 e de 1992 deixaram os verdes órfãos de liderança, o que os fez seguir nomes saídos do lado Bicudo a partir de então. Em 1996, Titico, assessor direto de Chiquinho Germano, foi o nome que uniu as duas cores em candidatura única. Mas logo em seguida, ao enfrentar seu principal mentor em 2000, acabou derrotado.
A oposição foi obrigada então a criar uma nova liderança, que mais uma vez saia do seio do líder dos Bicudos. Foi assim que Silveira ganhou status de líder político e concorreu contra a força de Chiquinho Germano nas eleições de 2004 e 2008.
Silveira perdeu as duas eleições, mas nesta última, no entanto, ao optar por Bernadette, um nome que não havia saído do seio genuinamente Bicudo, e que até revelara ter votado no irmão em 2004, o velho guerreiro agiu como os Bacurais vinham agindo: elevar um nome do time rival para liderança do seu time.
Esta escolha acabou se mostrando fundamental para a nova realidade apresentada nesta eleição de 2012. O comportamento dúbio da Prefeita, eleita pelos Bicudos, mas adotada pelos Bacurais, acabou abrindo um espaço para que dois novos animais se sentissem convidados para o zoológico político da cidade. Assim, surge uma nova fauna com pinguins e grilos infestando a festa que rapidamente deixou de ser exclusiva de bicudos e bacurais.
A realidade nua e crua que nos resta esperar é saber se os eleitores vão diferenciar fauna eleitoral de responsabilidade social, e ao invés de optar por cores e bichos, procurar comparar as opções políticas representadas pelos dois irmãos: Monteiro Neto e Wilton Monteiro. Cada um com suas próprias histórias, expectativas, capacidades e equipes de apoio. Itens que devem ser julgados, pois são eles que farão a diferença para os próximos quatro anos na história de Rodolfo Fernandes.

Lembrem-se: muito mais do que a disputa figurativa entre bichos e cores, eleição é o grande momento onde cada cidadão escolhe o destino que ele entende ser o melhor para sua cidade.

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