O PODER DO VOTO E OS INTERESSES PESSOAIS DO ELEITOR.

Amanhã é o dia da verdade. Sairá das urnas um só vitorioso para prefeito de Rodolfo Fernandes: aquele que conseguiu reunir para si a maior soma de interesses pessoais dos eleitores. O moderno sistema brasileiro de escolha de seus representantes políticos, mesmo que no final represente o desejo da maioria da coletividade, retrata, na verdade, muito mais os desejos individuais dos eleitores.

Vi e ouvi nas ruas e nas conversas durante esta campanha muito pouco interesse coletivo na decisão dos votos. Quem vota por uma melhoria nos serviços de saúde? Por um campo de futebol? Por uma educação mais eficiente? Por apoio concreto ao homem de campo?

As intenções pessoais acabam sobrepondo os interesses sociais. Isto pode ser observado não só em uma cidade do porte de Rodolfo Fernandes, como também em maiores e até mesmo em capitais. No entanto, quanto menor é o eleitorado, mais decisivos são os fatores individuais no resultado final.

Democracia se entende como o poder que emana do povo. Não existe no mundo sistema político que melhor faça evoluir uma sociedade, pois mesmo quando ela elege um candidato ruim, pode substituir na eleição seguinte por outro que acredite ser melhor, e assim por diante. Em um sistema ditatorial a população perde o direito a escolha livre, tornando-se refém de uns poucos.

No entanto, a democracia brasileira perde tempo de evolução quando mantém um pecado que tem feito toda a diferença. A grande maioria dos eleitores acha normal a venda de seu voto por qualquer mercadoria ou valor financeiro. Esta comercialização acaba ferindo o princípio da cidadania, fazendo da sociedade um mero instrumento na mão dos profissionais que fazem da política um investimento de curto e médio prazo.

Quanto mais o eleitor pensar e agir de forma individual, querendo das urnas um emprego, um milheiro de tijolo ou uma carteira de motorista, mais elas lhe entregarão políticos sem compromisso, que burlam as leis e desviam recursos públicos, aqueles que seriam destinados em prol de toda sociedade.

Será que um dia teremos um eleitorado consciente de que os interesses individuais ferem a cidadania e atrasam a evolução de todos?