Em matéria escrita
por minha amiga Nara Andrade, o Jornal de Fato, editado em Mossoró, produziu
material interessante sobre como fazer uma boa redação. Pela qualidade do texto,
o transcrevemos na integra e esperamos que os estudantes rodolfenses aproveitem
bem as dicas.
A redação continua sendo uma das provas do vestibular
mais temida pelos candidatos, principalmente, por ser a prova de maior
pontuação. Segundo dados da Comissão Permanente de Vestibular (COMPERVE), da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), na edição do vestibular
do ano passado, 54 candidatos zeraram a prova de redação. Desse número, apenas
11 candidatos não fizeram nenhuma das provas, os outros 43 foram eliminados por
terem zerado a redação. Para ajudar aos vestibulandos, o Jornal DE FATO
conversou com a professora de Redação, Marcela Melo, que esclareceu algumas das
dúvidas mais comuns dos candidatos.
De acordo com a professora, a redação deve ser a
primeira prova a ser feita pelo vestibulando, pois, além de ser a prova que tem
mais pontos é a que deve ser feita com maior cautela, já que é uma produção de
texto e deve ser feita enquanto o aluno ainda não está com a mente cansada. Ela
orienta ao vestibulando fazer primeiramente o rascunho e não passar logo a
limpo para a folha oficial. "Seria melhor que ele fizesse algumas questões
objetivas das outras provas para depois revisar o rascunho, para tentar
procurar erros ou modificar alguma ideia mal elaborada antes de transcrever o
texto", comenta.
O erro mais comum cometido pelos candidatos,
segundo a professora, é o uso informal da língua portuguesa, como o emprego de
gírias, expressões populares e por vezes até excesso de estrangeirismos.
"Um erro às vezes recorrente é a fuga parcial
de tema, o que não faz com que o aluno 'zere', mas fique com a nota bem
inferior do que ele imaginaria tirar. Nesse tipo de erro, o vestibulando
menciona várias vezes a palavra-chave do tema, mas não analisa propriamente os
questionamentos levantados. Mesmo que ele use a norma culta da língua
portuguesa e o texto esteja muito bem escrito, a nota será apenas mediana ou
até mesmo baixa. Já a fuga total do tema acarretará a nota zero", lembra.
Em relação ao nível vocabular do texto, Marcela
frisa que é muito comum professores aconselharem a produção de um texto
simples, que não "force a barra" em relação à colocação de palavras
mais rebuscadas, que muitas vezes os redatores apenas memorizam para
"enfeitar" o texto.
"Também concordo com esse ponto de vista.
Porém, se você é alguém que lê muito e naturalmente usa construções gramaticais
não tão usuais, com o uso do "cujo", "os quais", termos
deslocados e palavras menos populares, como "não obstante" ou
"domicílio" em vez de "casa", isso não quer dizer que você
queira aparecer, mas sim que tem mais conhecimento da língua portuguesa que seu
concorrente. Este tipo de texto é muito bem visto pelos examinadores",
informa.
A professora lembra que o que mais vale para que
uma redação leve a nota máxima não é necessariamente o conhecimento das
técnicas de redação, mas sim o domínio que o vestibulando apresente a respeito
do tema, que deve ser abordado com desenvoltura e criatividade. Além disso, o
desempenho na hora da prova, como otimizar o tempo da elaboração do texto e ter
muita calma para que o candidato não se transforme no seu próprio concorrente,
são dicas essenciais.
O vestibulando deve atentar para a estrutura do
texto, que deve apresentar, no mínimo, três parágrafos, sendo o ideal quatro.
Não há uma quantidade estabelecida de linhas para cada parágrafo, devendo ser
observado, porém, que o tamanho da introdução e da conclusão não pode ser maior
que o total do desenvolvimento. "Sugiro que a redação apresente, pelo
menos, quinze linhas, não significando que quanto mais linhas escritas, mais
alta será a nota", enfatiza.
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